domingo, 22 de março de 2009

TRÊS

Por Madalena S.

Tomei a decisão de que havemos de ser gloriosamente eternos.
Mesmo quando o tempo tiver curtido as nossas peles duras a um ponto tão insustentável que qualquer pequeno sopro de ar nos possa arrancar as rugas e deslocar os olhos para uma outra área do rosto ainda ignorada, havemos de assumir a eternidade.
Sentamo-nos, aprazíveis, nas cadeirinhas de praia, esfregando a artrite com óleo de cânfora, apaixonados por nós e por esses odores da velhice abençoada pelo amor.
E se nos perguntarem porque é que não morremos, simplesmente responderemos que é porque não queremos.

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