sexta-feira, 13 de novembro de 2009

OITO

Por Madalena S.

Cheirava a jasmim todos os dias. O odor forte confundia-nos os sentidos.
Sobravam aromas e as folhas das acácias forravam o chão que tu pisavas.
Sobre o húmus macio caía – em lágrimas – a chuva fresca da Primavera.
Ensopava os torrões de terra escura e crescia em rios transbordantes das margens.
E na água lamacenta que arrastava em si os restos podres das florestas magoadas
Apagávamos o fogo lento da paixão
E renascíamos, frescos e libertos,
Como se o banho assim tomado lavasse as nódoas de vidas passadas
E renomeasse o pecado original.