domingo, 21 de novembro de 2010

QUINZE

Por Madalena S.

Escorreste-me dos olhos como ambrósia olímpica, confundindo a doçura do mel divino com o sal do pranto humano. Provocaste o caos.
Decalcaste as trevas sobre papel milimétrico, debuxadas a tinta-da-china, sem régua, nem esquadro, nem compasso. A olho, como os Deuses planearam o universo.
Por isso o mar está a subir, vertiginosamente, até nos entontecer a todos nessa espiral contínua que intenta ligar a terra e os céus, numa linha única, uma recta infinita com um nó na ponta, corrediço e mortal e que, um a um, nos puxará para a luz.