quinta-feira, 10 de junho de 2010

NOVE

Por Madalena S.

No final dos tempos seremos um só.
Até lá, teremos de puxar pela cabeça e inventar modos de nos suportarmos, como se o mundo nos achasse graça, assim tão rugosos e sem pelo, tão leves de espírito e grandiosos na passagem pela vida.
No final dos tempos seremos um só.
Mas antes, vamos digladiar-nos, e envenenar-nos com a cicuta mais amarga no fel de todos os dias, e atirar coisas à cabeça um do outro ao estilo do melhor cinema do neo-realismo italiano.
De Sica e Magnani. A preto e branco, que as cores têm vindo a fenecer e a desbotar as nossas almas.
Porém, no final dos tempos seremos um só.

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