sexta-feira, 29 de maio de 2009

SEIS

Por Madalena S.

Lembras-te da sombra dos rododendros e do perfume gordo dos jasmins que nos asfixiavam os sentidos nas tardes amarelas de Agosto?
Sobre as águas paradas do lago quieto e escuro,
as louva-a-deus batendo as asas, frenéticas, enlouquecidas, enganando o desalento, pairavam assim.
As louva-a-deus batendo as asas, sobre as águas paradas do lago quieto e escuro.
E as rãs coaxavam roucas, arriscando abafar o canto grave das cigarras.
Ficávamos cegos.
Os olhos fechados, as mãos entrelaçadas, o pulso suspenso.
À nossa volta ouvia-se o silvo supremo do Universo.

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